sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Continue promovendo a violência...

Creio que enquanto direcionamos olhares odiosos aos criminosos e moradores de rua, ou simplesmente identificarmos algo de nojento, nada mudará. Nunca pensamos em ajudar,mas só em dar mais força ao ódio. A situação nos presídios é uma vergonha, não reabilita ninguém. Quando alguém é preso vejo vários comentários desumanos para com essas pessoas errantes. Nós não nos perguntamos quais os sentimentos doentios ou o tipo de vida que a pessoa teve para estar onde está e fazer o que faz/fez. Preferimos um sistema que incita mais ódio através de ódio. Nunca teremos uma grande mudança se não nos propusermos a mudar nossa forma de raciocínio. Sempre condenmos os que estão à margem da sociedade.
Gostaria de chamar todos à auto- reflexão. Será que não somos coniventes com tudo que acontece por aí? O que fazemos para evitar/prevenir a violência? Nada?! Rimos quando alguém se fode  é ofendido, humilhado ou cala-se para evitar brigas. Será que não estimulamos a discriminação aos negros, pobres, homossexuais, pessoas com pouca intrução etc.? E o preconceito com quem tem preconceito?   Onde estão os nossos valores? Se um “amiguinho” nosso não está de acordo com os padrões estéticos o que fazemos? Será que não estamos sustentando o desejo e vício por objetos/marcas, sem nos preocuparmos em educarmo-nos adequadamente? Será que não ignoramos a pobreza, dia a dia? Quando digo pobreza não me refiro somente financeira, mas também a intelectual e sentimental. Se não temos muitos recursos, a maior ação que podemos fazer é dar o exemplo. Como eu posso julgar o ser violento, se eu também o sou? Será que se eu tivesse no lugar do outro eu não faria o mesmo ou até pior?
Entramos em um curso de “Educação Superior”, nos formamos e continuamos sem fazer nada. Você quer se formar só para ter um canudinho para exibir aos seus amiguinhos ou fazer alguma coisa diferente? Reclamamos, reclamamos e reclamamos dos outros, mas continuamos os mesmos em nossas áreas de atuação. Eu já  estou cansado de ir de encontro aos mass media e ler um monte de sujeira, nenhuma proposta de solução ou atitude...Parece paradoxal, mas apesar de(como dizia Lispector) tudo que se vê por aí, eu ainda acredito nas pessoas. Somos seres inteligentes, por vezes desperdiçamos nosso potencialcom coisas fúteis, mas podemos fazer obras grandiosas. Desperdiçar tempo xingando, odiando, falando mal de quem está a margem da sociedade não ajuda a mudar o quadro. 

domingo, 24 de julho de 2011

E as belezas que deixamos de enxergar?

O cair da tarde chega, com sua magnífica beleza, e por tantas vezes, não apreciamos a beleza que a paisagem nos traz. Estamos tão imersos nos nossos problemas, nossos olhos turvos não contemplam o lado bom que a vida nos traz. Quantas vezes ficamos prisioneiros de nossa angústias e ignoramos todas as coisas  boas que acontecem em nossa vida? E aquele problema que temos, será que não nos trará amadurecimento? Acredito que os empecilhos que encontramos diante do percurso vital são essenciais para uma mudança de pensamento, são uma espécie de água renovadora, o banho frio que nos acorda para vida, o combustível que nos dá energia, enfim , a reflexão necessária á nossa alma. 
Saber aprender com os momentos desagradáveis da vida é uma virtude cuja conquista está longe das mãos de muitos de nós. Enquanto nosso foco principal são os problemas, o vício em ampliá-los e o nosso posicionamento de vítima continuarem a integrar nossa rotina, nós deixaremos de lado todas as maravilhas que a vida nos traz. Sei que com frequência a vida nos prega peças e nossas expectativas são assassinadas pela realidade, mas será que nós sabemos criar expectativas com o pé no chão? Como ficar duas horas debaixo d'água se nós só aguentamos 2 minutos prendendo a respiração? Se você quer fazer o que parece impossível, então articule uma série de ações que possibilitarão a efetuação do desejado. Quando alguém sentiu a necessidade de ficar 1 hora debaixo d'água, mesmo sabendo da limitação de tempo da respiração, não desistiu de fazê-lo, comprimiu oxigênio em um recipiente e ,assim, pode contemplar as belezas antes ocultas pela água.
Se você deseja algo, primeiramente avalie se está ao seu alcance, se você tem disposição para alcançar a meta almejada e conte com o "acaso", pois este nem sempre é seu amigo. Nunca se esqueça que na noite trevosa há o luar e as estrelas no céu, que na luz do dia não teriam a mesma beleza. Olhe ao seu redor,  perceba que sempre há alguém que de sua maneira o ama. E quando estiver só entediado, veja que está jogando fora a oportunidade de ler um bom livro, estar junto dos que lhe querem bem ou apreciar a beleza que é a natureza. Se agarre sempre as ditosas coisas que aparecem em seu caminho e prepare-se para enfrentar os obstáculos com pensamento positivo, pois depois de passar por algum somamos mais maturidade.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Coisas da vida


As vezes a saudade bate, mas sei que o tempo nunca volta atrás. Uma lembrança me dói e outra faz minha cabeça reviver momentos de glória, contudo sei que a linha do tempo segue sempre em frente, o que hoje importa são os frutos colhidos através de cada experiência e a possibilidade de  sempre ir adiante. A vida não pode parar, nos seus altos e baixos crescemos/evoluímos. Cada segundo é importante, portanto tenho que parar com os martírios e observar os ângulos que deixam-me feliz. Quero curtir cada momento que puder e aproveitar todas as pessoas que presentes comigo estão, nunca se sabe o dia de amanhã, mas certo é que dependerá muito de como fazemos o hoje.
Apesar de muitas vezes  achar que nasci na época errada e que toda uma geração está perdida por imbecis alienados, tenho que acreditar que o mundo não resume-se somente a violência urbana ou os protótipos de restart's da última moda de minha época. No mundo há pessoas a quem admiro, apesar de todo o saudosismo que sinto por uma época em que não vivi, o hoje tem muitas vantagens em relação a outrora e com essas eu irei seguir. Caso as pedras encontrem-se no meu caminho eu as vejo como uma forma de não me deixar num marasmo e uma nova oportunidade de aprender.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mídia versus Coletivo


Mídia versus Coletivo
Percebemos que há um grande reflexo da mídia na sociedade, e também, o reflexo da sociedade sobre a mídia. Assim sendo, temos uma via de mão dupla, o público influencia a mídia e a mídia influência o público. Não há como um veículo de comunicação sobreviver de costas para seus consumidores de informações, portanto há uma busca constante de despertar emoções em seu mercado consumidor para ter sua atenção. Percebemos a importância atribuída aos mass media, pois estes têm a capacidade de proliferar informações e afetar o comportamento social.

Após o surgimento dos meios de comunicação de massa, um público heterogêneo tem a possibilidade de compartilhar as mesmas informações, independente do espaço geográfico, pois a comunicação de massa busca uma linguagem que possa ser traduzida aos diversos tipos de público. Um dos veículos com grande índice de acesso é a televisão, não somente atinge um público grande como também não é necessário vê-la para saber os fatos mais relevantes publicados, pois os outros tipos de mídia tratam de falar sobre o que acontece nesse veículo poderoso. A mídia não tem o poder de ditar o que o público irá pensar, mas é ela que vai dizer o assunto a ser pensado. Para que o assunto se torne interessante aos consumidores usa-se diferentes métodos para que seja despertada uma emoção através do conteúdo abordado.
 as pessoas não precisam estar no mesmo território geográfico, além de tampouco partilhar das mesmas experiências de vida para entender mensagens advindas de outros grupos sociais. (TUZZO, Simone Antoniaci)
No intuito de despertar emoções e fidelizar a audiência do público, no jornalismo, os fatos não são jogados simplesmente na mídia para que as pessoas possam tirar suas próprias conclusões. O fato a ser abordado se apresenta no campo do simbólico, pois ele traz consigo a óptica de quem irá apresentá-lo e recursos (através da linguagem abordada, imagens, citações etc.) para torná-lo mais interessante e prender atenção do receptor. Na verdade, tudo que se passa na mídia são símbolos para representar uma realidade.
Sensacionalismo (para vender a notícia) e atomização (o real é percebido não em sua totalidade, mas em seus fragmentos: política, economia, esportes etc.). Assim sendo, o jornalismo científico é produto típico dessa ideologia do jornalismo na sociedade capitalista. Destina-se a apreender uma parte do real – aquela que ocorre nos laboratórios de pesquisa. Que por sua vez, só se torna notícia quando desperta emoção. (MELLO, 1985ª, p 139)
Nessa representação as mídias abusam do sensacionalismo, histórias comuns tornam-se algo gigantesco. Na TV, principalmente, as representações não se restringem a assuntos factuais, há o uso de novelas, que acabam servindo de referências de como é o comportamento social.  Dessa descrição fictícia da vida em sociedade surgem diversos estereótipos que o espectador identifica a/em si e nos demais indivíduos de seu contexto social. Cria-se uma referencia de modos de portar-se diante de situações cotidianas e os personagens simbolizam tão eloquentemente a realidade, que se acredita no modelo, do qual, se passa nos pontos luminosos de um televisor. Portanto um comunicador de massa possui uma imensa responsabilidade ao tratar determinado assunto em seu canal comunicativo, até porque os mass media  são uma máquina de estereótipos.
A estereotipação pode acarretar alguns preconceitos sociais, como exemplos: a ideia de que nordestinos nas metrópoles paulistas e cariocas são sempre porteiros ou empregadas; a existência de somente dois radicais sociais “o bonzinho” e o “malvado” e a quase inexistência de seres humanos em sua totalidade com virtudes e defeitos, entre outros.
A ideia da existência desses opostos sociais entre o bem o mal, estende-se ao jornalismo que procura sempre um bode expiatório para cada tipo de situação e acaba estendendo-se também no convívio cotidiano. No mundo tangível  ninguém é pura bondade ou pura maldade, cada um age de acordo com as situações que aparecem ao longo do tempo e de acordo com o papel (pai, professor, aluno, consumidor etc.) exercido naquele momento. Sendo assim você pode ser considerado um bom pai e um mau profissional. Como na mídia a informação é fragmentada, vê-se o que o emissor responsável quer mostrar, o que é fundamental para criação do imaginário coletivo. Com essa ideia de ser do bem ou do mal, a mídia pode construir heróis e vilões. Os heróis sempre aparecem com a capacidade de efetuar atividades que nós, “simples mortais”,  não temos a capacidade de fazer. Eles podem aparecer com superpoderes, como o super-homem, homem-aranha, entre outros ou são enfatizadas determinadas virtudes e cria-se uma imagem de herói como exemplo um policial que desativa uma bomba determinada em tal local. Os vilões são os bodes expiatórios que identificamos em cada situação cotidiana.
Como tudo que está na mídia possui grande destaque e ela constrói símbolos, quem ganha fama através dela tem sua imagem construída na mente das pessoas. O exemplo etnográfico disso, feito pela autora do livro “Deslumbramento Coletivo”, foi o de Carlos Batalha em Sergipe. O jornalista torna-se uma celebridade local e tem sua imagem definida no coletivo da população sergipana, como ele passa a ser referência no local seu comportamento é capaz de influenciar aos telespectadores de seu programa, “Batalha na TV”. Este sujeito é o exemplo de como a mídia, a TV em particular, pode ser um poderoso instrumento para consagrar um formador de opinião. Batalha com consciência desse fato preocupa-se com seu comportamento em “locais públicos para evitar o assédio e o domínio sobre os telespectadores sobre a opinião que emite em seus programas, podendo até conduzir os telespectadores”.(TUZZO, Simone) .Projetando isso em âmbito nacional temos a Ana Maria Braga como referência em culinária, Luciano Huck e Angélica como casal exemplar, Fernanda Montinegro como especialista em atuação, diversos jornalistas como autênticos narradores da realidade, portadores da verdade. A mídia tem um poder de destaque tão grande na sociedade, que não foi a toa que Hitler abusou dos veículos de comunicação para conseguir apoio em seus ideais, que Getúlio Vargas discursava na “Hora do Brasil” (anteriormente denominado “Programa Nacional” e atualmente de “Voz do Brasil”), que a Ditadura Militar fez de tudo para controlar o fluxo de circulação de informações etc..
O deslumbramento coletivo sobre os meios de comunicação de massa faz com que grande parte da sociedade sonhe em estar na mídia, em viver um mundo de fantasia, fazendo com que a mídia se transforme numa máquina de fantasias e onde seja possível viver além da realidade (TUZZO, Simone Antoniaci)
A mídia como indústria de fantasias e celebridades vende aquela emoção que você busca na vida real e vai encontrar em novelas, revistas, noticiários, entre outros. Acredita-se tão intensamente no que se vê nos canais comunicativos que fica cada vez mais tênue a separação do que é factual ou criação de personalidade ou imagem. Os ícones da comunicação de massa destacam-se de tal forma que acabam fazendo parte do cotidiano da população. Existem celebridades consagradas cuja vida é narrada pelos mass media e o coletivo cria uma intimidade não recíproca, você pode saber cada passo dado por um alguém nos holofotes, mas isso não indica que ele saiba de sua existência ou história de vida. Apesar disso, a fantasia daquilo que está nos meios de comunicação é tão próximo a realidade que as referências ficam cada vez mais fortes e cria-se uma intimidade com outrem que só existe para uma das partes, o coletivo, e casos como morte podem tornar-se histeria ou megaeventos, exemplo disso é a multidão mobilizada que presenciou o enterro de Ayrton Senna ou todo aparato feito após a morte de Michael Jackson.
Pensar que os astros da TV fazem parte de nossas vidas, ou mais que isso, que nós fazemos parte da vida deles, faz com que haja uma histeria coletiva em determinados casos, como a morte por exemplo. (TUZZO, Simone Antoniaci)
Tudo se transforma em espetáculo para que seja consumido, mortes, acidentes, crises, gafes, etc.. A mídia sabe convencer bem seu público que aquilo que está sendo expresso possui grande relevância e merece uma atenção especial. A forma como ela trabalha as emoções para que o coletivo identifique-se com cada tipo de situação é de uma eficácia tão grande que por vezes há uma ansiedade sobre o que se passará no próximo capitulo da vida pública. É importante lembrar, que o sensacionalismo tem destaque na venda de uma notícia, porém há de dar a devida importância à imprensa como atualizadora doa acontecimentos.
Há quem diga que o mass media são ferramentas alienadoras usadas como ópio da sociedade contemporânea, todavia afirmar que eles somente têm um caráter “manipulador de pensamentos” é afirmar que o seu público é homogêneo e possui uma mesma forma de reação. Sabemos que o coletivo alcançado pelos meios de comunicação é uma composição plural, cada indivíduo possui sua subjetividade e é o mediador da informação que absorve. Uma notícia ao ser acessada é entendida e interpretada conforme a capacidade de percepção e senso crítica do receptor.
Percebemos então a importância do nível de instrução que cada indivíduo deve possuir. A educação é fundamental para uma postura crítica. Quanto mais se aprofunda o conhecimento, maior é o grau de discernimento da pessoa. Contudo vivemos em um país cujo acesso a educação de qualidade ainda é restrito a poucos, a grande maioria da população não tem acesso ao ingresso em cursos superiores. O terceiro grau é de suma importância para o desenvolvimento de um raciocínio mais crítico, mas muitos de nós, brasileiros, não temos nem o Ensino Médio.
A situação da educação no país é preocupante, pois quanto menor o nível de instrução da população maior a chance de termos uma “massa de manipulação”. Então, semear ideais torna-se muito mais fácil, quando há uma tendência de um conformismo sobre esta, por não haver na mediação subjetiva um raciocínio tão questionador. Com isso a indústria publicitária tem mais facilidade de persuadir a crença de que os produtos possuem certos valores agregados e a imprensa consegue a liberdade de ser menos imparcial e mais tendenciosa. A Coca-cola vende a ideia de felicidade e a impressa passa a idéia de “Rio de Janeiro, uma cidade supersegura” em épocas de megaeventos como nos Jogos Pan-Americanos.
Não somente a maioria da população não possui acesso a elevado nível de formação acadêmica, como também não tem acesso a uma variedade de opções do que assistir na TV. As informações da maioria dos telespectadores brasileiros é restrita ao que é passado pela TV aberta, não há alternativa para abrir o leque de conteúdo de programação devido a situação financeira de maior parte da população. A TV a cabo é um luxo para poucos, pois a maior parcela da população não possui condições financeiras de tê-la em sua residência. Nem a TV a cabo e nem a internet, poderoso veículo de trocas de informações, estão dispostas na maioria dos lares brasileiros, há uma restrição de conteúdo segundo o nível financeiro de cada indivíduo. Verificamos o quanto é desigual o acesso à informação no país, tanto no nível acadêmico como pelos veículos de comunicação. Situação paradoxal ao do avanço tecnológico que cresce a cada dia.
Esse avanço tecnológico deve ser acompanhado pelas Instituições de Ensino Superior, pois esse acelerado crescimento da tecnologia permite uma agilidade no fluxo de informações que acresce diariamente seu volume. Os cursos de graduação, principalmente o jornalismo, devem adaptar sua didática, sabendo ministrar a dose certa de técnica e teoria. Não se deve ater somente a teorias e/ou a práticas, a ênfase em cada disciplina deve ter equilíbrio. O ensino deve possuir uma interdisciplinaridade objetivando um raciocínio crítico sobre o objeto de estudo abordado sobre as diversas ópticas do saber. Deve-se ter a consciência de que o mundo é um laboratório vivo e que o ensino não é exclusividade do ambiente acadêmico, ele vai além, transporta-se para as situações cotidianas e o que se aprende com elas. Saber trabalhar o que os meios de comunicação difundem na mente do corpo discente é de grande utilidade no processo de aprendizagem. O papel da Universidade na formação da opinião pública é integrar os ensinos do convívio social à educação formal
O volume de informação gerado pelos meios de comunicação de massa só terá sentido educativo se trabalhado criticamente a partir de uma condição gerada pela educação formal, inquestionavelmente não acessível a toda população. (TUZZO, Simone Antoniaci)
A mídia é como a água que deve ser bebida, todavia deve ser filtrada. A Universidade é um ótimo instrumento para edificar este filtro. A educação formal tem o papel de arquitetar os pilares do pensamento crítico. Contudo as escolas de comunicação, ainda estão em fase de adaptação na estrutura de sua grade curricular para o progresso concomitante aos avanços tecnológicos. E os estudantes de comunicação devem ter a consciência de que manter-se informado, ler, escrever e acompanhar a evolução da tecnologia são fatores primordiais para o sucesso em sua formação acadêmica. É inviável que um profissional de comunicação não esteja informado sobre os acontecimentos contemporâneos e que não haja uma sólido conhecimento de teoria sobre seus instrumentos de trabalho, os mass media. Ele deve ser capaz de ler e analisar a informação, e mais do que isso, ser ético e responsável, pois também será um difusor de informações.
O comunicador consciente sabe que seu papel, na maioria das vezes, é atingir por meio de conceitos, idéias e informação um grande público. Ele é um para comunicar-se para muitos, portanto deve sempre analisar a veracidade do conteúdo que irá abordar e procurar uma linguagem que não seja ofensiva ou crie algum tipo de desordem social. Deve ter a ciência que o país tem uma grande deficiência no acesso ao ensino básico e superior, portanto não deve aproveitar-se disso no sentindo persuadir a massa como ventríloquo.
Os mass media, em sua totalidade, têm o poder de informar, entreter e influenciar a sociedade, esta por sua vez  possui padrões de consumo explorados pelos meios de comunicação. O que mais se procura na mídia é emoção e os grandes veículos comunicativos têm a ciência deste  fato e exploram-no ao máximo. O que se passa na TV, por exemplo, dá uma visão de 180°, no máximo, a seu telespectador, apresentando a óptica do emissor, portanto é importante para o coletivo ter a capacidade de analisar o discurso. Para que o discurso seja analisado com profundidade, faz-se necessário o encontro com a informação adicionado a educação, uma realidade que até o momento não atinge a grande parcela do povo brasileiro.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Homossexualidade e uma mãe cristã



 

Ficha Técnica - Filme "Orações para Bobby"

Título Original:Prayers for Bobby
Gênero:
Biografia, Drama
Direção:
Russell Mulcahy
Roteiro:
Katie Ford (II), Leroy Aarons








Análise Crítica do Filme.

Mary é um exemplo de mãe que rege a sua vida, e impele a sua família a fazer o mesmo, segundo os preceitos estabelecidos por sua religião. Sem dúvidas, ela é uma mulher com bastante fé na Instituição religiosa que é adepta e aceita sem muitas mediações de seu raciocínio toda a ideologia tradicional da Igreja.”O brilho cego de paixão e fé , faca amolada”( Milton Nascimento- Ronaldo Bastos)
Seu filho, Bobby, se descobre gay, e isso, cria um conflito que desarmoniza a consolidação de uma “família perfeita”. Essa característica singular é combustível para que o papel de “cristã”, fiel aos seus princípios e adversa à homossexualidade, sobressaia ao papel de mãe compreensiva. Mary entorpecida por sua crença procura buscar uma cura para aquilo que, segundo ela, seria uma doença.
“A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espirito. É o ópio do povo.” (Marx, Karl. 1843)
Sua veemente busca para a cura de seu filho associada ao preconceito oriundo da religião afasta-a cada vez mais dele. Os laços de amor entre mãe e filho ficam turvos, a medida que Mary foca na característica sexual de Bobby. Ela passa a ver seu filho como um homossexual, e não como um ser humano que deve ser amado e respeitado como tal. Para ilustração observe o diálogo extraído do filme:
 -Me desculpe! Eu não sou o Bobby perfeitinho que você sempre quis! Mas não posso continuar pedindo perdão por isso, mãe!Aceite-me como sou ou esqueça!
 -Eu não vou ter um filho gay.
 -Então, mãe, não tem um filho.
-Ótimo
As atitudes nocivas de Mary em relação a homossexualidade acarretaram um grande sofrimento para ela mesma e para seu filho. Ela não tinha capacidade de aceitar que a imagem de sua família, e, mais que isso, a conquista do “reino dos céus” à um ente querido, fora comprometida. Por outro lado, Bobby, por não se encaixar nos padrões de normalidade, vivia em confronto consigo mesmo e no auge de seu desespero ele encontra conforto no suicídio, ato pelo qual o guiará direto ao inferno, de acordo com as crenças religiosas expostas na narrativa.
minxha família...já os ouvi demais. Disseram que odeiam gays. E que até Deus odeia gays. Isso me assusta muito porque agora estão falando sobre mim. Eu não quero escolher o pecado. Não quero. Estou tão chateado que estou frustrando Deus. Parece que estou no fim da estrada. Por que continuas em silêncio?(Bobby)
Mary vê seu filho servir de exemplo na sua Igreja, pois  “devemos condenar o pecado, não o pecador, foi a este pecado que Bobby sucumbiu. E isso o levou à infelicidade. E o levou a tomar a sua própria vida.”(Líder religioso da Igreja de Mary). Sua preocupação como pessoa cega pela religião é a de saber se seu filho vai ao inferno ou teve tempo de conquistar o reino dos céus. Devido a isso, seu momento epifania é encontrado após seus diálogos com o reverendo Whitsel, pastor de uma Igreja que aceita gays. A morte de seu filho adicionada a outro olhar interpretativo sobre a Bíblia desencadeou uma reação, que Mary ainda não tinha testado, a adoção de um postura crítica diante de sua fé. A pesquisa e o esclarecimento tiram-na do pântano da ignorância e do conformismo religioso.
Percebemos que aquela mãe de família, entorpecida e empenhada na defesa e execução de seus princípios, libertou-se da ditadura religiosa. Ela foi além do conformismo habitual que muitos, em nossa sociedade, têm perante as imposições religiosas. Ela foi capaz de perceber que os conceitos que aprendera durante sua vida, e que deveriam proliferar o amor, levaram-na a tomar medidas destrutivas em relação ao seu filho. Com isso, o personagem nos leva a um questionamento sobre como conduzimos nossas vidas em virtude da óptica de outros cuja legitimidade nós consolidamos e que devemos saber aproveitar as pessoas que amamos independente de nossas diferenças.
A personagem Mary é só um exemplo de muitas outras espalhadas pelo mundo afora. Componente integrante de uma narrativa baseada em fatos reais, ela certamente se porta de forma similar a diversas outras mães ao descobrir a homossexualidade de seu filho. Espera-se que os limites da vida não sejam ultrapassados para acordar as outras “Mary” espalhadas. As palavras de Mary finalizam essa resenha:
“ ‘Homossexualidade é um pecado. Homossexuais estão condenados a passar a eternidade no inferno.Se quisessem mudar, poderiam ser curados de seus hábitos malignos. Se desviassem da tentação, poderiam ser normais de novo. Se eles ao menos tentassem e tentassem de novo em caso de falha.’, Isso foi o que eu disse ao meu filho, Bobby, quando descobri que ele era gay. Quando ele me disse que era homossexual, meu mundo caiu. Eu fiz tudo que pude para curá-lo de sua doença. Há oito meses, meu filho pulou de uma ponte e se matou. Eu me arrependo amargamente da minha falta de conhecimento sobre gays e lésbicas. Percebo que tudo que me ensinaram e disseram era odioso e desumano. Se eu tivesse investigado além do que me disseram, se eu tivesse simplesmente ouvido o meu filho quando ele abriu o coração para mim...Eu não estaria aqui hoje, com vocês arrependida. Eu acredito que Deus foi presenteado com o espírito gentil e amável do Bobby. Perante Deus, gentileza e amor é tudo. Eu não sabia que, cada vez que eu repetia condenação eterna aos gays...Cada vez que eu me referia a Bobby como doente e pervertido e perigoso ás nossas crianças...Sua auto-estima e seu valor próprio estavam sendo destruídos. E finalmente seu espírito se quebrou além de qualquer conserto. Não era o desejo de Deus que Bobby debruçasse sobre o corrimão de um viaduto e pulasse diretamente no caminho de um caminhão de dezoito rodas que o matou instantaneamente. A morte do Bobby foi resultado direto da ignorância e do medo de seus pais quanto à palavra “gay”. Ele queria ser escritor. Suas esperanças e seus sonhos não deveriam ser tomados dele, mas se foram. Há crianças como Bobby esperando que vocês saibam, elas estarão ouvindo enquanto vocês ecoam ‘amém’. E isso, logo silenciará as preces delas. Suas preces para Deus por entendimento, aceitação e pelo amor de vocês. Mas o seu ódio, medo e ignorância da palavra ‘gay’ silenciarão essas preces. Então, antes de ecoar ‘amém’ na sua casa e no lugar de adoração, pensem. Pensem e lembrem-se que uma criança está ouvindo.”

quarta-feira, 16 de março de 2011

A hora é agora.



Um belo dia, ao entrar no meu prédio deparo-me com Maria Joaquina, ela me diz : 
- João já é hora.
Pergunto-me angustiado e fingindo não entender as palavras que em meu ouvido adentrara, como se as vibrações sonoras tivessem distorcido-se no ar impedindo-me de entender qualquer palavra :
- O que? Não entendi!
Maria joaquina profere, novamente:
-João já é hora.
Antes de prosseguir, devo-lhes uma explicação dos fatos  que antecederam este diálogo. Sempre fui uma pessoa desacreditada no amor, casar pra mim era simplesmente um sinal de fraqueza, um modo de suprir carências emocionais projetando um peso sobre outrem( "o ser amado"). Devido a essa descrença meu corpo entrelaçou-se a vários outros e gozou dos mais altos delírios voluptosos que a vida libertina pode trazer ao homem.Mas acontece que o amor é traiçoeiro e a vida nos prega peças, quando menos imaginamos.
Em uma de minhas noites de bohemia, conheci Vitória e fiquei encantado e surpreso.Ela tinha uma beleza hipnotizante, idieias cultas misturavam-se com seus sonhos pueris, tinha um pique de tirar o fôlego de qualquer um na dança...não enumerarei a riqueza de descrições que fazem de Vitória um ser único no mundo, deixo a mercê da imaginação de cada um.
Após vários encontros com Vitória consegui um simples beijo , só que ela já tinha o meu coração na mão.Eu não sabia como reagir diante do turbilhão de emoções que se expressavam em todos cantos de meu corpo, meu coração estava contra todas as ideias que defendi em minha trajetória, a minha filosofia de vida descera pelo ralo entupido que trazia no cheiro sua lembrança.
Mais filha da puta ainda, a vida foi quando descobri que a construção da imagem de mulher fixada em minha mente foi bombardeada por um pênis. Por um pênis!Por um pênis! Não houve adultério, era simplesmente um pênis!Descobri que Vitória tinha algo entre as pernas diferente do que as mulheres têm.
-Meu Deus, o que fiz para merecer tal carma?Que vida desgraçada me destes!
Meu amor por Vitória era forte, não consegui abandoná-la, com muito custo acabei adaptando-me a ideia do pavoroso pênis.Escondia-a de todos e, aos poucos, fui ofuscando seu brilho, privando-a de viver, impedindo-a de expor-se e entristecendo quem eu tanto amava. Algum momento de epifania surgiu em sua vida, pra minha desgraça, ela decidiu ter vida novamente com ou sem a minha presença isso caberia a mim.
Da minha História com Vitória, somente quem sabia era a Maria Joaquina e o dia em que ela me falou que já era hora eu sabia o que isso significava, pois aquela data era o momento decisivo da minha vida ou eu ficaria só, ou trilharia meu caminho junto a Vitória.
Minha boca dizia :
-Vá embora, nunca mais quero ver tal aberração na minha frente.
Meu coração gritava: 
- Por favor, fique comigo pra sempre.
Nunca esquecerei-me deste dia. Vitória aos prantos, subitamente, correu em direção a varanda e jogou-se do 20° andar de meu apartamento. De nada adiantou esconder o meu romance, todas a mídias veicularam o ocorrido e hoje vivo amargurado por ter sido covarde com quem mais amava nesse mundo.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Efêmero pensamento

Noite de lampejos, lembrei do meu primeiro dia na Instituição de Ensino Superior, vulgo facul. Diferente do meu primário, mamãe não estava lá junto comigo, não havia um monte de gente chorando querendo gozar das comodidades do lar. Passou um filme por minha cabeça no instante em que entrei ali...hum.. lembranças que iam e vinham deixaram nítida a sensação de que por anos na vida freqüentei escolas que ensinam as pessoas a serem medíocres, que castram a criatividade e impelem crianças a serem adultos quadrados com uma visão crítica pré estabelecida (pois é até a idéia de visão crítica é vendida na escola) - me desculpem as pessoas que pereceram/cansaram tentando mudar toda essa merda, mas é verdade - , mas não posso deixar de ser grato, meio paradoxal, pois muito aprendi nesses anos. De qualquer forma, dessa vez eu estava só, tive a restrita liberdade para fazer minhas escolhas naquele lugar, não sai correndo, não vi ninguém chorando pedindo arrego. Vi muitas pessoas que nem notaram a minha presença, com o tempo desenvolvi círculos sociais por ali. O “pobre, preto e viado” estava infiltrado. Enfim vc pensa que tudo vai mudar mas os métodos sempre são semelhantes, acho que não há como avaliar a capacidade dos alunos somente com datas específicas para expor no papel 25% do que se aprendeu.
Quando irei me libertar disso??? Sei nem se estarei vivo até lá, tem como fugir não. 
Já fui pro meio do mato, já viajei nas ondas do paraíso verde, já curti o iê-iê-iê e já pintei a cara, mas uma hora temos q voltar a realidade, e as coisas são do jeito que são.
Por hoje é só isso.
Sem mais...

Por que a pergunta de preferência entre filho homossexual ou drogado?

Nessa noite entrei em alguns sites cuja pergunta acima era feita em um espécie de "Quizz", não digo que fiquei chocado, todavia incomodou-me um pouco o peso do preconceito na frase formulada e as respostas que li.
Uma resposta que marcou-me foi de uma senhora dizendo que não poderia tratar-se a homossexualidade como algo normal, pois estaria ferindo os princípios de Deus, devido ao detrimento da procriação da espécie humana. Desde quando a existência de gays é uma ameaça a espécie humana na Terra?! O mundo não é somente composto por homossexuais, será que é difícil entender isso?!
A mesma senhora diz que as crianças seguiriam o exemplo das práticas homossexuais caso estejam em grande contato com os mesmos durante sua fase de formação. Caso isso fosse verdade eu seria heterossexual, pois descobri-me gay sem nem saber que a tal palavra existia e o seu significado, sem contar que nunca havia visto um, a não ser no espelho.
Preocupa-me saber que os pais abordam a homossexualidade como o fim do mundo, caso tenham filhos que descubram-se gays tais filhos ao invés de apoio, esclarecimento e amor acabam tendo, na própria casa, rejeição, constrangimento e raiva. Já tem muita gente na rua pra rotular e julgar, suportar isso dentro de casa vindo das pessoas que você tem grande afeto é algo muito complicado.Após muita rejeição familiar o filho acaba criando uma vida dupla e a intimidade que havia entre pai e filho troca-se por mentiras e distancia.
Ser drogado ou ser gay são rótulos distintos.E 
as relações familiares podem definhar aos poucos  caso os pais portem-se de maneira violenta e preconceituosa, o diálogo é fundamental.