quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mídia versus Coletivo


Mídia versus Coletivo
Percebemos que há um grande reflexo da mídia na sociedade, e também, o reflexo da sociedade sobre a mídia. Assim sendo, temos uma via de mão dupla, o público influencia a mídia e a mídia influência o público. Não há como um veículo de comunicação sobreviver de costas para seus consumidores de informações, portanto há uma busca constante de despertar emoções em seu mercado consumidor para ter sua atenção. Percebemos a importância atribuída aos mass media, pois estes têm a capacidade de proliferar informações e afetar o comportamento social.

Após o surgimento dos meios de comunicação de massa, um público heterogêneo tem a possibilidade de compartilhar as mesmas informações, independente do espaço geográfico, pois a comunicação de massa busca uma linguagem que possa ser traduzida aos diversos tipos de público. Um dos veículos com grande índice de acesso é a televisão, não somente atinge um público grande como também não é necessário vê-la para saber os fatos mais relevantes publicados, pois os outros tipos de mídia tratam de falar sobre o que acontece nesse veículo poderoso. A mídia não tem o poder de ditar o que o público irá pensar, mas é ela que vai dizer o assunto a ser pensado. Para que o assunto se torne interessante aos consumidores usa-se diferentes métodos para que seja despertada uma emoção através do conteúdo abordado.
 as pessoas não precisam estar no mesmo território geográfico, além de tampouco partilhar das mesmas experiências de vida para entender mensagens advindas de outros grupos sociais. (TUZZO, Simone Antoniaci)
No intuito de despertar emoções e fidelizar a audiência do público, no jornalismo, os fatos não são jogados simplesmente na mídia para que as pessoas possam tirar suas próprias conclusões. O fato a ser abordado se apresenta no campo do simbólico, pois ele traz consigo a óptica de quem irá apresentá-lo e recursos (através da linguagem abordada, imagens, citações etc.) para torná-lo mais interessante e prender atenção do receptor. Na verdade, tudo que se passa na mídia são símbolos para representar uma realidade.
Sensacionalismo (para vender a notícia) e atomização (o real é percebido não em sua totalidade, mas em seus fragmentos: política, economia, esportes etc.). Assim sendo, o jornalismo científico é produto típico dessa ideologia do jornalismo na sociedade capitalista. Destina-se a apreender uma parte do real – aquela que ocorre nos laboratórios de pesquisa. Que por sua vez, só se torna notícia quando desperta emoção. (MELLO, 1985ª, p 139)
Nessa representação as mídias abusam do sensacionalismo, histórias comuns tornam-se algo gigantesco. Na TV, principalmente, as representações não se restringem a assuntos factuais, há o uso de novelas, que acabam servindo de referências de como é o comportamento social.  Dessa descrição fictícia da vida em sociedade surgem diversos estereótipos que o espectador identifica a/em si e nos demais indivíduos de seu contexto social. Cria-se uma referencia de modos de portar-se diante de situações cotidianas e os personagens simbolizam tão eloquentemente a realidade, que se acredita no modelo, do qual, se passa nos pontos luminosos de um televisor. Portanto um comunicador de massa possui uma imensa responsabilidade ao tratar determinado assunto em seu canal comunicativo, até porque os mass media  são uma máquina de estereótipos.
A estereotipação pode acarretar alguns preconceitos sociais, como exemplos: a ideia de que nordestinos nas metrópoles paulistas e cariocas são sempre porteiros ou empregadas; a existência de somente dois radicais sociais “o bonzinho” e o “malvado” e a quase inexistência de seres humanos em sua totalidade com virtudes e defeitos, entre outros.
A ideia da existência desses opostos sociais entre o bem o mal, estende-se ao jornalismo que procura sempre um bode expiatório para cada tipo de situação e acaba estendendo-se também no convívio cotidiano. No mundo tangível  ninguém é pura bondade ou pura maldade, cada um age de acordo com as situações que aparecem ao longo do tempo e de acordo com o papel (pai, professor, aluno, consumidor etc.) exercido naquele momento. Sendo assim você pode ser considerado um bom pai e um mau profissional. Como na mídia a informação é fragmentada, vê-se o que o emissor responsável quer mostrar, o que é fundamental para criação do imaginário coletivo. Com essa ideia de ser do bem ou do mal, a mídia pode construir heróis e vilões. Os heróis sempre aparecem com a capacidade de efetuar atividades que nós, “simples mortais”,  não temos a capacidade de fazer. Eles podem aparecer com superpoderes, como o super-homem, homem-aranha, entre outros ou são enfatizadas determinadas virtudes e cria-se uma imagem de herói como exemplo um policial que desativa uma bomba determinada em tal local. Os vilões são os bodes expiatórios que identificamos em cada situação cotidiana.
Como tudo que está na mídia possui grande destaque e ela constrói símbolos, quem ganha fama através dela tem sua imagem construída na mente das pessoas. O exemplo etnográfico disso, feito pela autora do livro “Deslumbramento Coletivo”, foi o de Carlos Batalha em Sergipe. O jornalista torna-se uma celebridade local e tem sua imagem definida no coletivo da população sergipana, como ele passa a ser referência no local seu comportamento é capaz de influenciar aos telespectadores de seu programa, “Batalha na TV”. Este sujeito é o exemplo de como a mídia, a TV em particular, pode ser um poderoso instrumento para consagrar um formador de opinião. Batalha com consciência desse fato preocupa-se com seu comportamento em “locais públicos para evitar o assédio e o domínio sobre os telespectadores sobre a opinião que emite em seus programas, podendo até conduzir os telespectadores”.(TUZZO, Simone) .Projetando isso em âmbito nacional temos a Ana Maria Braga como referência em culinária, Luciano Huck e Angélica como casal exemplar, Fernanda Montinegro como especialista em atuação, diversos jornalistas como autênticos narradores da realidade, portadores da verdade. A mídia tem um poder de destaque tão grande na sociedade, que não foi a toa que Hitler abusou dos veículos de comunicação para conseguir apoio em seus ideais, que Getúlio Vargas discursava na “Hora do Brasil” (anteriormente denominado “Programa Nacional” e atualmente de “Voz do Brasil”), que a Ditadura Militar fez de tudo para controlar o fluxo de circulação de informações etc..
O deslumbramento coletivo sobre os meios de comunicação de massa faz com que grande parte da sociedade sonhe em estar na mídia, em viver um mundo de fantasia, fazendo com que a mídia se transforme numa máquina de fantasias e onde seja possível viver além da realidade (TUZZO, Simone Antoniaci)
A mídia como indústria de fantasias e celebridades vende aquela emoção que você busca na vida real e vai encontrar em novelas, revistas, noticiários, entre outros. Acredita-se tão intensamente no que se vê nos canais comunicativos que fica cada vez mais tênue a separação do que é factual ou criação de personalidade ou imagem. Os ícones da comunicação de massa destacam-se de tal forma que acabam fazendo parte do cotidiano da população. Existem celebridades consagradas cuja vida é narrada pelos mass media e o coletivo cria uma intimidade não recíproca, você pode saber cada passo dado por um alguém nos holofotes, mas isso não indica que ele saiba de sua existência ou história de vida. Apesar disso, a fantasia daquilo que está nos meios de comunicação é tão próximo a realidade que as referências ficam cada vez mais fortes e cria-se uma intimidade com outrem que só existe para uma das partes, o coletivo, e casos como morte podem tornar-se histeria ou megaeventos, exemplo disso é a multidão mobilizada que presenciou o enterro de Ayrton Senna ou todo aparato feito após a morte de Michael Jackson.
Pensar que os astros da TV fazem parte de nossas vidas, ou mais que isso, que nós fazemos parte da vida deles, faz com que haja uma histeria coletiva em determinados casos, como a morte por exemplo. (TUZZO, Simone Antoniaci)
Tudo se transforma em espetáculo para que seja consumido, mortes, acidentes, crises, gafes, etc.. A mídia sabe convencer bem seu público que aquilo que está sendo expresso possui grande relevância e merece uma atenção especial. A forma como ela trabalha as emoções para que o coletivo identifique-se com cada tipo de situação é de uma eficácia tão grande que por vezes há uma ansiedade sobre o que se passará no próximo capitulo da vida pública. É importante lembrar, que o sensacionalismo tem destaque na venda de uma notícia, porém há de dar a devida importância à imprensa como atualizadora doa acontecimentos.
Há quem diga que o mass media são ferramentas alienadoras usadas como ópio da sociedade contemporânea, todavia afirmar que eles somente têm um caráter “manipulador de pensamentos” é afirmar que o seu público é homogêneo e possui uma mesma forma de reação. Sabemos que o coletivo alcançado pelos meios de comunicação é uma composição plural, cada indivíduo possui sua subjetividade e é o mediador da informação que absorve. Uma notícia ao ser acessada é entendida e interpretada conforme a capacidade de percepção e senso crítica do receptor.
Percebemos então a importância do nível de instrução que cada indivíduo deve possuir. A educação é fundamental para uma postura crítica. Quanto mais se aprofunda o conhecimento, maior é o grau de discernimento da pessoa. Contudo vivemos em um país cujo acesso a educação de qualidade ainda é restrito a poucos, a grande maioria da população não tem acesso ao ingresso em cursos superiores. O terceiro grau é de suma importância para o desenvolvimento de um raciocínio mais crítico, mas muitos de nós, brasileiros, não temos nem o Ensino Médio.
A situação da educação no país é preocupante, pois quanto menor o nível de instrução da população maior a chance de termos uma “massa de manipulação”. Então, semear ideais torna-se muito mais fácil, quando há uma tendência de um conformismo sobre esta, por não haver na mediação subjetiva um raciocínio tão questionador. Com isso a indústria publicitária tem mais facilidade de persuadir a crença de que os produtos possuem certos valores agregados e a imprensa consegue a liberdade de ser menos imparcial e mais tendenciosa. A Coca-cola vende a ideia de felicidade e a impressa passa a idéia de “Rio de Janeiro, uma cidade supersegura” em épocas de megaeventos como nos Jogos Pan-Americanos.
Não somente a maioria da população não possui acesso a elevado nível de formação acadêmica, como também não tem acesso a uma variedade de opções do que assistir na TV. As informações da maioria dos telespectadores brasileiros é restrita ao que é passado pela TV aberta, não há alternativa para abrir o leque de conteúdo de programação devido a situação financeira de maior parte da população. A TV a cabo é um luxo para poucos, pois a maior parcela da população não possui condições financeiras de tê-la em sua residência. Nem a TV a cabo e nem a internet, poderoso veículo de trocas de informações, estão dispostas na maioria dos lares brasileiros, há uma restrição de conteúdo segundo o nível financeiro de cada indivíduo. Verificamos o quanto é desigual o acesso à informação no país, tanto no nível acadêmico como pelos veículos de comunicação. Situação paradoxal ao do avanço tecnológico que cresce a cada dia.
Esse avanço tecnológico deve ser acompanhado pelas Instituições de Ensino Superior, pois esse acelerado crescimento da tecnologia permite uma agilidade no fluxo de informações que acresce diariamente seu volume. Os cursos de graduação, principalmente o jornalismo, devem adaptar sua didática, sabendo ministrar a dose certa de técnica e teoria. Não se deve ater somente a teorias e/ou a práticas, a ênfase em cada disciplina deve ter equilíbrio. O ensino deve possuir uma interdisciplinaridade objetivando um raciocínio crítico sobre o objeto de estudo abordado sobre as diversas ópticas do saber. Deve-se ter a consciência de que o mundo é um laboratório vivo e que o ensino não é exclusividade do ambiente acadêmico, ele vai além, transporta-se para as situações cotidianas e o que se aprende com elas. Saber trabalhar o que os meios de comunicação difundem na mente do corpo discente é de grande utilidade no processo de aprendizagem. O papel da Universidade na formação da opinião pública é integrar os ensinos do convívio social à educação formal
O volume de informação gerado pelos meios de comunicação de massa só terá sentido educativo se trabalhado criticamente a partir de uma condição gerada pela educação formal, inquestionavelmente não acessível a toda população. (TUZZO, Simone Antoniaci)
A mídia é como a água que deve ser bebida, todavia deve ser filtrada. A Universidade é um ótimo instrumento para edificar este filtro. A educação formal tem o papel de arquitetar os pilares do pensamento crítico. Contudo as escolas de comunicação, ainda estão em fase de adaptação na estrutura de sua grade curricular para o progresso concomitante aos avanços tecnológicos. E os estudantes de comunicação devem ter a consciência de que manter-se informado, ler, escrever e acompanhar a evolução da tecnologia são fatores primordiais para o sucesso em sua formação acadêmica. É inviável que um profissional de comunicação não esteja informado sobre os acontecimentos contemporâneos e que não haja uma sólido conhecimento de teoria sobre seus instrumentos de trabalho, os mass media. Ele deve ser capaz de ler e analisar a informação, e mais do que isso, ser ético e responsável, pois também será um difusor de informações.
O comunicador consciente sabe que seu papel, na maioria das vezes, é atingir por meio de conceitos, idéias e informação um grande público. Ele é um para comunicar-se para muitos, portanto deve sempre analisar a veracidade do conteúdo que irá abordar e procurar uma linguagem que não seja ofensiva ou crie algum tipo de desordem social. Deve ter a ciência que o país tem uma grande deficiência no acesso ao ensino básico e superior, portanto não deve aproveitar-se disso no sentindo persuadir a massa como ventríloquo.
Os mass media, em sua totalidade, têm o poder de informar, entreter e influenciar a sociedade, esta por sua vez  possui padrões de consumo explorados pelos meios de comunicação. O que mais se procura na mídia é emoção e os grandes veículos comunicativos têm a ciência deste  fato e exploram-no ao máximo. O que se passa na TV, por exemplo, dá uma visão de 180°, no máximo, a seu telespectador, apresentando a óptica do emissor, portanto é importante para o coletivo ter a capacidade de analisar o discurso. Para que o discurso seja analisado com profundidade, faz-se necessário o encontro com a informação adicionado a educação, uma realidade que até o momento não atinge a grande parcela do povo brasileiro.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Homossexualidade e uma mãe cristã



 

Ficha Técnica - Filme "Orações para Bobby"

Título Original:Prayers for Bobby
Gênero:
Biografia, Drama
Direção:
Russell Mulcahy
Roteiro:
Katie Ford (II), Leroy Aarons








Análise Crítica do Filme.

Mary é um exemplo de mãe que rege a sua vida, e impele a sua família a fazer o mesmo, segundo os preceitos estabelecidos por sua religião. Sem dúvidas, ela é uma mulher com bastante fé na Instituição religiosa que é adepta e aceita sem muitas mediações de seu raciocínio toda a ideologia tradicional da Igreja.”O brilho cego de paixão e fé , faca amolada”( Milton Nascimento- Ronaldo Bastos)
Seu filho, Bobby, se descobre gay, e isso, cria um conflito que desarmoniza a consolidação de uma “família perfeita”. Essa característica singular é combustível para que o papel de “cristã”, fiel aos seus princípios e adversa à homossexualidade, sobressaia ao papel de mãe compreensiva. Mary entorpecida por sua crença procura buscar uma cura para aquilo que, segundo ela, seria uma doença.
“A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espirito. É o ópio do povo.” (Marx, Karl. 1843)
Sua veemente busca para a cura de seu filho associada ao preconceito oriundo da religião afasta-a cada vez mais dele. Os laços de amor entre mãe e filho ficam turvos, a medida que Mary foca na característica sexual de Bobby. Ela passa a ver seu filho como um homossexual, e não como um ser humano que deve ser amado e respeitado como tal. Para ilustração observe o diálogo extraído do filme:
 -Me desculpe! Eu não sou o Bobby perfeitinho que você sempre quis! Mas não posso continuar pedindo perdão por isso, mãe!Aceite-me como sou ou esqueça!
 -Eu não vou ter um filho gay.
 -Então, mãe, não tem um filho.
-Ótimo
As atitudes nocivas de Mary em relação a homossexualidade acarretaram um grande sofrimento para ela mesma e para seu filho. Ela não tinha capacidade de aceitar que a imagem de sua família, e, mais que isso, a conquista do “reino dos céus” à um ente querido, fora comprometida. Por outro lado, Bobby, por não se encaixar nos padrões de normalidade, vivia em confronto consigo mesmo e no auge de seu desespero ele encontra conforto no suicídio, ato pelo qual o guiará direto ao inferno, de acordo com as crenças religiosas expostas na narrativa.
minxha família...já os ouvi demais. Disseram que odeiam gays. E que até Deus odeia gays. Isso me assusta muito porque agora estão falando sobre mim. Eu não quero escolher o pecado. Não quero. Estou tão chateado que estou frustrando Deus. Parece que estou no fim da estrada. Por que continuas em silêncio?(Bobby)
Mary vê seu filho servir de exemplo na sua Igreja, pois  “devemos condenar o pecado, não o pecador, foi a este pecado que Bobby sucumbiu. E isso o levou à infelicidade. E o levou a tomar a sua própria vida.”(Líder religioso da Igreja de Mary). Sua preocupação como pessoa cega pela religião é a de saber se seu filho vai ao inferno ou teve tempo de conquistar o reino dos céus. Devido a isso, seu momento epifania é encontrado após seus diálogos com o reverendo Whitsel, pastor de uma Igreja que aceita gays. A morte de seu filho adicionada a outro olhar interpretativo sobre a Bíblia desencadeou uma reação, que Mary ainda não tinha testado, a adoção de um postura crítica diante de sua fé. A pesquisa e o esclarecimento tiram-na do pântano da ignorância e do conformismo religioso.
Percebemos que aquela mãe de família, entorpecida e empenhada na defesa e execução de seus princípios, libertou-se da ditadura religiosa. Ela foi além do conformismo habitual que muitos, em nossa sociedade, têm perante as imposições religiosas. Ela foi capaz de perceber que os conceitos que aprendera durante sua vida, e que deveriam proliferar o amor, levaram-na a tomar medidas destrutivas em relação ao seu filho. Com isso, o personagem nos leva a um questionamento sobre como conduzimos nossas vidas em virtude da óptica de outros cuja legitimidade nós consolidamos e que devemos saber aproveitar as pessoas que amamos independente de nossas diferenças.
A personagem Mary é só um exemplo de muitas outras espalhadas pelo mundo afora. Componente integrante de uma narrativa baseada em fatos reais, ela certamente se porta de forma similar a diversas outras mães ao descobrir a homossexualidade de seu filho. Espera-se que os limites da vida não sejam ultrapassados para acordar as outras “Mary” espalhadas. As palavras de Mary finalizam essa resenha:
“ ‘Homossexualidade é um pecado. Homossexuais estão condenados a passar a eternidade no inferno.Se quisessem mudar, poderiam ser curados de seus hábitos malignos. Se desviassem da tentação, poderiam ser normais de novo. Se eles ao menos tentassem e tentassem de novo em caso de falha.’, Isso foi o que eu disse ao meu filho, Bobby, quando descobri que ele era gay. Quando ele me disse que era homossexual, meu mundo caiu. Eu fiz tudo que pude para curá-lo de sua doença. Há oito meses, meu filho pulou de uma ponte e se matou. Eu me arrependo amargamente da minha falta de conhecimento sobre gays e lésbicas. Percebo que tudo que me ensinaram e disseram era odioso e desumano. Se eu tivesse investigado além do que me disseram, se eu tivesse simplesmente ouvido o meu filho quando ele abriu o coração para mim...Eu não estaria aqui hoje, com vocês arrependida. Eu acredito que Deus foi presenteado com o espírito gentil e amável do Bobby. Perante Deus, gentileza e amor é tudo. Eu não sabia que, cada vez que eu repetia condenação eterna aos gays...Cada vez que eu me referia a Bobby como doente e pervertido e perigoso ás nossas crianças...Sua auto-estima e seu valor próprio estavam sendo destruídos. E finalmente seu espírito se quebrou além de qualquer conserto. Não era o desejo de Deus que Bobby debruçasse sobre o corrimão de um viaduto e pulasse diretamente no caminho de um caminhão de dezoito rodas que o matou instantaneamente. A morte do Bobby foi resultado direto da ignorância e do medo de seus pais quanto à palavra “gay”. Ele queria ser escritor. Suas esperanças e seus sonhos não deveriam ser tomados dele, mas se foram. Há crianças como Bobby esperando que vocês saibam, elas estarão ouvindo enquanto vocês ecoam ‘amém’. E isso, logo silenciará as preces delas. Suas preces para Deus por entendimento, aceitação e pelo amor de vocês. Mas o seu ódio, medo e ignorância da palavra ‘gay’ silenciarão essas preces. Então, antes de ecoar ‘amém’ na sua casa e no lugar de adoração, pensem. Pensem e lembrem-se que uma criança está ouvindo.”